quarta-feira, 18 de março de 2009

Projeto Physalia é notícia na Revista Inovação da FAPEMA


O último volume da Revista Inovação editado pela Fundação de Amparo a Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão traz uma matéria sobre as atividades realizadas pelo Projeto Physalia.
Desta forma agradecemos a própria FAPEMA por mais passo dado ao objetivo do Projeto Physalia: levar informações sobre a biologia e ecologia das caravelas marinhas, os resultados da pesquisa sobre a incidência nas praias de São Luís, campanhas de educação ambiental e capacitação de Guardas-Vidas do Corpo de Bombeiro Militar e da Guarda Municipal de São Luís e explicar os principais tipos de cuidados após os acidentes. Neste caso, dirigida para a comunidade científica do Brasil.

Por último, estamos analisando os nossos últimos dados a fim de preparar o primeiro manuscrito do Projeto Physalia que visa uma publicação em uma revista de grande circulação que divulgará importantes resultados obtidos desde 2005.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Resumo apresentado ao Congresso Brasileiro de Oceanografia, 2008


CONCEPÇÃO DOS ALUNOS DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO DE
ESCOLAS PÚBLICAS DE SÃO LUIS SOBRE A IMPORTÂNCIA DOS
OCEANOS E SEUS FENÔMENOS


AUTORES: Sousa, A. S.; Nunes, J. L. S.; Ferreira, D. M. R.; Araujo, L. N. C.; Morais, E. C.
RESUMO
Foi realizado a aplicação de questionários os alunos da rede pública de ensino em São Luis, (Brasil), sobre os oceanos, sua importância, recursos e fenômenos. Destacou-se os principais riscos para o ambiente marinho e suas características físicas, sendo a maioria das respostas consideradas satisfatórias.
Palavras chave: zona costeira, litoral, mar.

INTRODUÇÃO
Os oceanos cobrem 362.000.000km2, representando um total de 71% da superfície terrestre, logo é considerado o maior reservatório de água da hisdrosfera terrestre com 98% do total (SOARES-GOMES & FIGUEIREDO, 2002). Desta forma, diante da sua imensa dimensão territorial e da necessidade de gerenciar seus recursos naturais e não naturais surgiu a Convenção das Nações Unidas para o Direito do Mar (CNIO, 1998). Muitas das principais cidades do mundo localizam-se em um raio de 60km da zona costeira o que aumenta notoriamente o desgastes dos recursos refletindo no aumento da população urbana e de indústrias, dentre outras problematizações. No Brasil, 80% da população vive próximo do litoral, contudo os direitos que o país tem sobre o âmbito econômico e estratégico são praticamente desconhecidos (CNIO, 1998; WEBER, 2003), além das suas questões de interações biótica-abiótica (CUNHA & MOURÃO, 1997; ARAÚJO & COSTA, 2003).

MATERIAIS E MÉTODOS
Questionários padronizados foram aplicados em escolas públicas de ensino fundamental e médio para abordagem quali-quantitativa, de forma que as mesmas perguntas sobre recursos, importância dos oceanos e seus fenômenos fossem efetuadas na mesma ordem para todos osentrevistados. A análise computou a freqüência das respostas transformando-as em percentuais quais foram utilizadas para relatar o nível de conhecimento e interação dos alunos quanto a importância dos oceanos e seus fenômenos.

RESULTADOS E DISCUSSÕES
Um total de 123 alunos foram entrevistados, sendo 60% pertencentes ao ensino fundamental e 40% correspondente ao ensino médio. Quando questionados sobre o que poderiam encontrar no mar 72,3% respondeu de forma coerente, enquanto 62,6% responderam satisfatoriamente a importância dos seres vivos para o ambiente marinho. Sobre o ponto de vista da influência dos oceanos e da utilização dos oceanos pelos humanos a alternativa mais assinalada foi alimentação (80%), seguidas de transporte (46%), lazer (45%) e energia (30%), o grande percentual pode refletir os costumes locais do município de São Luís além de corroborar sua grande produtividade pesqueira. As principais causas de risco para o ambiente marinho citadas foram esgotos (98%), lixo (86%) e óleo (80%), por serem os principais problemas evidentes nas praias (COELHO, 2003) e mencionados em mídias. Os fenômenos oceanográficos que impressionam os alunos foram as ondas (67%), seguida pela cor das águas do mar (63%) e pela amplitude de marés (53%). As ondas típicas de São Luís são do tipo derrame, mas é comum observar a entrada de trem de ondas; a cor do mar pode variar entre o marrom escuro ao verde escuro de acordo com o regime de precipitação; e a amplitude de maré do Maranhão é classificada em macromarés com elevações podendo alcançar até 7,0m (DAVIS JR, 1978). Apesar da cor do mar ser motivo da apreciação da grande maioria dos alunos a sua causa ainda
não é bem elucidada, pois a maioria relacionou este fenômeno à reflexão (58%) e às algas (53%). Por outro lado, as alternativas que corretas que seriam partículas de sedimento e chuva tiveram os respectivos percentuais de resposta, 13% e 30%. Sobre o conhecimento ecológico foi levantado quais os tipos de ambientes marinhos relacionam-se com os oceanos, os ambientes mais citados foram praias, (71%), recifes (61%), manguezais (52%) e lagunas (39%). As respostas foram consideradas muito satisfatória, visto que os ambientes recifais no Maranhão, que corresponde ao Parcel de Manuel Luiz, não possuem um grande reconhecimento de boa parte da população e a principal laguna é denominada de Lagoa da Jansen, sua lembrança desta poderia estar relacionada às constantes mortandades de peixes devido à falta de manuntenção das compotas que fazem a renovação de suas águas gerando anoxia no ambiente.

CONCLUSÕES
A aplicação de questionários aos estudantes permitiu avaliar o nível de conhecimento a cerca da utilização dos oceanos pelos humanos, onde a maioria dos entrevistados, 80%, destacou a alimentação como uso principal do ambiente marinho, o que indica uma ativa produtividade pesqueira na região. A avaliação foi positiva para a indicação da principal causa de risco aos mares e oceanos, apontando-se os esgotos por 98%.dos estudantes e, 67% indicaram as ondas como principal fenômeno oceanográfico.

REFERÊNCIAS
AARAÚJO, M.C.B. & COSTA, M.F. 2003. Lixo do meio ambiente. Ciência Hoje, 32 (191): 64-67.
CNIO, 1998. O Brasil e o Mar no Século XXI - Relatório aos Tomadores de Decisão do País.
Ultra Set Editora Ltda. Rio de Janeiro, Brasil. 408 p.
COELHO, J.G. 2003. Um estudo sobre produção, acondicionamento e coleta dos resíduos sólidos nas praias de São Marcos e Calhau, São Luís-MA. Monografia (Graduação em Ciências Biológicas). UNICEUMA. São Luís. 45p.
CUNHA, M. & MOURÃO-FILHO, A. 1997. A concepção de mar de professores de 1º e 2º graus do Rio de Janeiro. Resumos Expandidos do VII COLACMAR – Congresso Latino-Americano de
Ciências do Mar. 22 a26 de setembro de 1997, Santos, São Paulo, Brasil.V. 1, p. 220-222.
DAVIS JR, R.A. 1978. Beach and nearshore zone. pp. 238-286. In: Coastal sedimentary environments. New York: Spring Velag.
SOARES-GOMES, A. & FIGUEIREDO, A.G. 2002. O ambiente marinho. pp. 1-33. In: Pereira, R.C. & Soares-Gomes, A. (org) 2002. Biologia Marinha. Rio de Janeiro: Editora Interciência. 382p.
Weber, R.R. 2003. A perigosa poluição das águas. Scientific American Brasil.ed.12.maio.http://www2.uol.com.br/sciam/reportagens/a_perigosa_poluicao_das_aguas_im
primir.html.

Resumo apresentado ao Congresso Brasileiro de Oceanografia, 2008


CONCEPÇÃO DOS ALUNOS DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO DE
ESCOLAS PÚBLICAS DE SÃO LUIS SOBRE AS CARAVELAS MARINHAS
Physalia physalis

AUTORES: Sousa, A. S.; Nunes, J. L. S.; Ferreira, D. M. R.; Araújo, L. N. C.; Costa, T. D.
RESUMO
Nas escolas da rede pública de ensino fundamental e médio, em São Luis (Brasil), realizou-se a
aplicação de questionários sobre as caravelas marinhas (Physalia physalis). O trabalho objetivou
determinar o nível de conhecimento a cerca da espécie supracitada. No caso de acidente, o questinoário identificou a aplicação de métodos ineficientes, bem como a necessidade de orientação junto aos banhistas.
Palavras chave: acidentes, cnidários, praias.
INTRODUÇÃO
Acidentes com Cnidários são muito comuns nas praias do litoral nordestino assim como o ludovicense (HADDAD JR., 2003; CBMAR, 2005, 2006; NEVES et al., 2007). Embora seja um grupo com arquitetura corporal pouco complexa, possuem estruturas especiais, cnidas, que liberam veneno para fins de captura e/ou defesa (YANAGIHARA et al., 2002; BRUSCA & BRUSCA, 2007). A composição base do veneno possui uma mistura de peptídeos, fosfolipases A e B, lipídios neutros e enzimas proteolíticas (SHERMAN apud NEVES et al., 2007), que geralmente em contato com humanos produzem lesões que variam desde vermelhidão, bolhas na
pele, efeitos tóxicos e alérgicos até morte (BULLARD & HAY, 2002; HADDAD JR., 2003). Por outro lado, a conduta de pronto atendimento é pouco conhecida pela população, que tenta amenizar as dores por vários métodos inusitados e ineficientes, consoante a esta problemática diagnosticada pelo Projeto Physalia, através de questionários em escolas públicas de São Luís, agiu-se de forma integrada com os Guardas Vidas do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão e do Corpo de Guardas Municipais de São Luís a fim multiplicar as melhores formas de cuidados
com banhistas vítimas do contato com as caravelas.

MATERIAIS E MÉTODOS
Questionários padronizados foram aplicados em escolas públicas de ensino fundamental e médio para abordagem quali-quantitativa, de forma que as mesmas perguntas pudessem refletir o conhecimento dos alunos quanto as características biológicas e ecológicas das caravelas, sendo
efetuadas na mesma ordem para todos os entrevistados. A análise computou a freqüência das respostas transformando-as em percentuais quais foram utilizadas para relatar o nível de conhecimento sobre as caravelas.

RESULTADOS E DISCUSSÕES
Foram entrevistados 123 alunos pertencentes à escolas do ensino público de São Luís, Maranhão, 60% dos alunos entrevistados pertenciam ao ensino fundamental e 40% ao ensino médio. Quanto ao nívelde conhecimento 87,8% já tinham ouvido falar em caravelas, um percentual razoavelmente alto que se justifica por São Luís ser uma ilha costeira e devido à grande incidência anual de caravelas nas épocas dos ventos alíseos (FERREIRA et al., 2006).
Condizente com a grande frequência de caravelas nas praias o risco de acidentes á alto e grande
parte dos entrevistados (65,8%) relataram este tipo de contato consigo mesmo e/ou alguém conhecido. Ainda sobre quais condições biológicas que podem favorecer a presença das caravelas Ferreira et al. (2007) têm confirmado a hipótese de evento reprodutivo com maior enfoque sendo relacionado com o recrutamento, já que as classes de comprimento têm correspondido em colônias pequenas, embora se encontre colônias grandes em pouca quantidade. Os alunos em sua grande maioria (84,5%) em caso de acidente recorreriam aos cuidados de pronto atendimento nos postos de Guarda-Vidas localizados nas praias, enquanto que a aplicação dos métodos populares e ineficazes como refrigerante e urina (HADDAD JR., 2000, 2003) apresentaram os respectivos percentuais, 3,2% e 10,5%. As perguntas focadas para
o conhecimento biológico reportaram que quase a metade dos alunos entrevistados (45,5%) desconhecem que as caravelas tratam-se animais e por outro lado, quando questionados sobre a
sua importância para o ecossistema marinho muitas respostas foram consideradas incoerentes (79,6%) pela deficiência na argumentação e outros 8,1% não responderam. Por último, o questionário abordava sobre a necessidade de orientações de banhistas quanto à presença de caravelas nas praias, onde as respostas atingiram percentuais ligeiramente máximos com 99,2% e a criação de projetos de extensão em escolas para uma melhor exploração e elucidação do tema foi compartilhado por 92,7%. Ao longo do ano de 2007 várias palestras foram proferidas em
escolas da rede pública do estado e do município de São Luís pelo Projeto Physalia, assim como
as escolas particulares e os próprios Guarda-Vidas do Corpo de Bombeiros Militares do Maranhão e Guarda Municipal de São Luís, além de esclarecimentos avulsos durante as atividades de monitoramento de caravelas nas principais praias urbanas de São Luís que chega ao seu triênio.

CONCLUSÕES
A aplicação de questionários aos estudantes revelou que a grande maioria dos entrevistados já ouviram falar em caravelas (87,8%) em virtude principalmente do risco de acidentes com esses animais, pois, 65,8% relataram o contato com os mesmos, embora 45,5% dos entrevistados não os classificariam como animais justificando nesse caso um trabalho de conscientização ambiental com enfoque na biologia desses cnidários.

REFERÊNCIAS
BRUSCA, R.C. & BRUSCA, G.J. 2007. Invertebrados. 2ªed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan.
968p.
BULLARD, S.G. & HAY, M.E. 2002. Palatability of marine macro-holoplankton: Nematocysts, nutritional quality, and chemistry as defenses against consumers. Limnol. Oceanogr., 47(5): 1456-1467.
FERREIRA, D.M.R.; RIBEIRO, F.I.M.S.B.; NUNES, J.L.S.; MELO, R.M. & MARTINS, S.A.S. 2007. Incidência de Physalia physalis (Linnaeus, 1758) nas praias urbanas de São Luís, MA-Brasil. Resumo: II Mostra Acadêmico-científica em Ciências Biológicas, UEMA, São Luís.
GBMAR (Grupamento de Bombeiro Marítimo), 2005. Estatísticas de ocorrências de 2005.
GBMAR (Grupamento de Bombeiro Marítimo), 2006. Estatísticas de ocorrências de 2006.
HADDAD JR., V. 2003. Animais aquáticos de importância médica no Brasil. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropica, 36(5):591-597.
Haddad JR., V. 2000. Atlas de animais aquáticos perigosos do Brasil: guia médico de identificação e tratamento. São Paulo, Editora Roca.
NEVES, R.F.; AMARAL, F.D. & STEINER, A.Q. 2007. Levantamento de registros dos acidentes
com cnidários em algumas praias do litoral de Pernambuco (Brasil). Ciência & Saúde Coletiva,
12 (1): 231-237.
YAHAGINARA, A.A.; KUROIWA, J.M.Y.; OLIVER; L.M. & KUNKEL, D.D. 2002. The ultrastructure of nematocysts from the fishing tentacle of the Hawaiian bluebottle, Physalia utriculus (Cnidaria,
Hydrozoa, Siphonophora). Hydrobiologia, 489: 139-150.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Ausência de frentes frias pode explicar ocorrências

Uma combinação de diversos fatores, tais como ventos e temperatura da água podem ter influenciado o grande número de caravelas (Physalia physalis) no litoral Sudeste-Sul do País.
Para o oceanógrafo-físico da Unesp de São Vicente, Roberto Fioravanti, uma das possíveis explicações seria uma diminuição na entrada de frentes frias na região ao longo dos últimos 40/50 dias.
Essas frentes frias funcionam como uma espécie de barreira para os ventos que sopram do oceano para a terra.
Empurrão
Essa condição, aliada à característica das caravelas, cujos flutuadores (a bolsa que se vê fora d'água) agem como uma vela (daí o nome popular) poderia ter 'empurrado' uma grande quantidade de indivíduos às praias.
Fioravanti salienta, porém, que existem outros processos naturais que podem influenciar no deslocamento dessas criaturas, tais como as correntes marinhas. "É como um jogo de quebra-cabeças. Por isso, uma resposta categórica só poderia ser dada após uma análise criteriosa de todas essas variáveis".
Florescência
Para que isso ocorra, Denis Abessa, especialista em oceanografia biológica da Unesp-SV, avalia ser interessante a criação de uma rede nacional de pesquisas, por meio da qual se poderia saber, com mais precisão, os mecanismos que fazem disparar essa florescência - termo técnico que designa aumentos exagerados nessa população.
"Seria importante descobrir os fenômenos que influenciam essa dinâmica. Hoje, sem um programa coordenado, essas situações ocorrem sem que fiquemos sabendo", afirma.
No Brasil, atualmente, apenas um grupo de biólogos se dedica ao estudo sistemático das caravelas. O Projeto Physalia existe desde 2005 em São Luiz, no Maranhão. Segundo um dos coordenadores, Jorge Nunes, a principal época de incidência na região é entre julho e outubro. O grupo possui um blog na internet: www.projetophysalia.blogspot.com.
Fonte: Jornal A Tribuna - Litoral Paulista, 07 de janeiro de 2008 (http://atribunadigital.globo.com)

domingo, 6 de janeiro de 2008

Início de ano em São Luís do Maranhão

Título original: Caravelas fazem vítimas em São Luís
SÃO LUÍS - ~
Mais de 100 casos de acidentes com caravelas foram registrados em São Luís pelo Corpo de Bombeiros entre os dias 30 de dezembro e 2 deste mês. Somente no dia 1º, 10 pessoas foram atendidas no posto da corporação no Calhau. Houve dois casos graves encaminhados com urgência para o hospital Socorrão. Nestas pessoas, o ataque da caravela provocou parada respiratória e queda de pressão.As caravelas se distinguem das águas-vivas, embora pertençam ao mesmo grupo de animais, os cnidários. As caravelas apresentam uma bolsa, normalmente na cor púrpura, que flutua acima da linha da água. Esses animais apresentam veneno normalmente utilizado como mecanismo de defesa. Em contato com a pele humana, essa substância provoca conseqüências que vão desde simples queimaduras até reações alérgicas.O número de acidentes com esses animais costuma aumentar a partir do mês de setembro, se estendendo até janeiro. O período de férias escolares é o que concentra o maior número de ocorrências. “Nesse período de férias, algumas pessoas já apareceram com queimaduras provocadas por caravelas, principalmente crianças, que passam muito tempo brincando na água”, relatou Cassilda Tassinari, proprietária de um bar na Litorânea.A época de reprodução da caravela coincide com o período de ventos fortes. Isso, além da maré cheia, contribui para arrastar os animais para a beira do mar, o que favorece a ocorrência de acidentes. “Aproveito que estou de férias para fazer caminhada na praia diariamente. Só hoje, olhei pelo menos três caravelas em um curto espaço de caminhada”, observou o dentista Nelson Carneiro.De acordo com o sargento Giovanes Macedo, do Grupamento de Bombeiros Marítimos (GBMAR), a única forma de prevenir qualquer incidente é evitar tomar banho no mar, pois não há um modo de prever a proximidade das caravelas, nem delimitar áreas de maior ocorrência.Queimaduras de 1°, 2° e 3° graus, parada respiratória, queda de pressão, calafrios e dores articulares estão entre as conseqüências de um acidente com caravelas. “Os efeitos dependem do organismo de cada um. Alguns podem ter uma reação maior ao veneno do animal, precisando de encaminhamento a um hospital”, destacou o sargento Giovanes Macedo.Após o acidente, o GBMAR recomenda a limpeza do local com vinagre e a aplicação de xilocaína, para amenizar a dor. Em casos mais graves, a recomendação é procurar o hospital mais próximo.
Fonte: O Estado do Maranhão

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Atendimento a vítimas de águas-vivas será referência



Cientista prepara trabalho com base no atendimento montado pela Prefeitura

A experiência de Praia Grande pode ser referência no atendimento a vítimas de queimaduras por águas-vivas em publicações especializadas. A afirmação é do cientista Vidal Haddad Júnior, médico dermatologista, com formação em Medicina Tropical e Toxinologia, autor de vários livros e de um atlas sobre animais aquáticos perigosos.Professor da Faculdade de Medicina da Unesp em Botucatu e médico responsável pelo atendimento a vitimas de animais aquáticos do Hospital Vital Brasil, do Instituto Butantã, Haddad Júnior esteve nesta quarta-feira (2) em Praia Grande para fazer uma análise das fichas de atendimento dos pronto-socorros e conversar com os médicos da Secretaria de Saúde Pública (Sesap) da Prefeitura, que trabalharam no esquema especial montado para atender a mais de 300 pessoas queimadas pelas medusas desde a noite de 27 de dezembro.Como várias cidades litorâneas no País, Praia Grande teve um surto de caravelas, que podem ter se deslocado por causa de uma massa de água fria em direção à praia, pelo vento e correntes marítimas.O médico Adriano Bechara, secretário-adjunto de Saúde, responsável pela montagem do esquema de atendimento aos queimados, disse que Haddad vinha prestando assessoria por telefone desde o início do surto. “Agora, pessoalmente, veio constatar a forma de atendimento, que deixou a população sentir-se mais segura”.O cientista disse que sua pesquisa vai dar base a um trabalho para publicação em sites e revistas especializadas. “Praia Grande com certeza será referência, pois a conduta serena dos profissionais da Prefeitura conseguiu que o problema fosse superado sem maiores transtornos ou alarme junto à população”.Sintomas - Conforme folheto do Centro de Biologia Marinha (Cebimar), da USP, elaborado por Vidal Haddad Junior (Unesp), Álvaro Esteves Migotto (USP) e Shirley Pacheco de Souza (Instituto Terra & Mar), entre os sintomas da queimadura da caravela ou bexiguinha, como também é conhecida essa medusa, estão: ardência e dores intensas e, nos casos mais graves, vômitos, câimbras, náuseas, desmaios, convulsões, arritmias cardíacas e problemas respiratórios, além da formação de linhas vermelhas na pele das vítimas. A orientação dada nesse folheto é evitar entrar na água onde esses animais estejam e, no caso de contato, remover os tentáculos com luvas, pinças ou lâmina de uma faca. E mais: não esfregar a região do ferimento; aplicar compressas de água do mar gelada ou bolsas de gelo; não utilizar álcool, urina ou água doce e procurar auxílio médico.Palestra – Haddad fará palestra no dia 23, com o tema “Animais Marinhos Perigosos”. Na Praia Boqueirão, Prefeitura e Unesp montarão uma tenda para o projeto Univerão, que, no período de 23 a 30 deste mês, oferecerá várias oficinas sobre Biologia Marinha e Gerenciamento Costeiro.O Univerão terá, além de palestras, estandes com temas nas áreas de estudo desenvolvidas pela Unesp, em seu campus São Vicente. O objetivo do projeto é a difusão do conhecimento teórico-prático sobre meio ambiente.Na palestra, o cientista abordará, além das águas-vivas e outros animais, o habitat, riscos, sintomas e tratamentos que envolvem acidentes com esponjas-do-mar, polvos, ouriços-do-mar, moréias, raias, peixes-escorpião e bagres. Balanço - Nesta quinta-feira, pelo menos até as 14 horas nenhuma pessoa tinha procurado os pronto-socorros por causa de queimadura de água-viva, o que indica que o surto terminou. Segundo o médico Adriano Bechara, nenhum dos casos na Cidade foi de maior gravidade.O balanço geral de atendimentos, desde o primeiro caso na Cidade, é o seguinte: dia 27 de dezembro, uma pessoa; dia 28, total de 139 pessoas; dia 29, total de 107 pessoas; dia 30, total de 26 pessoas; dia 31, três pessoas; dia 1º, total de 27 pessoas e dia 2 de janeiro, uma pessoa.


Fonte:

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Participe da enquete: a sensação do momento nas praias do Brasil em 2008


Bem, nos votos de feliz 2008 nunca imaginaríamos o sucesso das caravelas...


Ou seria das águas-vivas?


O fato é que a imprensa tem divulgado que o vilão seria apenas as caravelas, mas quem for observador poderá contribuir conosco dando seu depoimento.


Caravela ou água viva? Qual era a cor?


Você pode contribuir como nossa enquete. É muito fácil, passe um e-mail para o projetophysalia@yahoo.com.br. Iremos divulgar o resultado no final das férias, no início de março, após apuração dos e-mails.