sexta-feira, 25 de maio de 2007

As caravelas nas praias urbanas de São Luís


Abaixo segue uma lista com as principais reportagens sobre a incidência das caravelas nas praias urbanas de São Luís, Maranhão.


Invasão de caravelas nas praias de São Luís (25/09/2002) – Repórter Regina Souza – TV Mirante;

Biológos pesquisam o fenômeno das caravelas (17/09/2006) – Repórter Adalberto Júnior – O Imparcial;

Orla da Capital é Invadida por Caravelas (29/12/2006) Repórter Werton Araújo - TV Mirante;

Caravelas são risco em praias – TV Mirante;
80 Ocorrências de Queimaduras por Caravelas no Calhau (08/01/2007) – TV Mirante;

Caravelas atacam no Calhau (08/01/2007) - Jornal O Imparcial;
Caravelas: cresce incidência de ataques (11/01/2007) Repórter Auryanne Queiroz – Jornal O Imparcial;

Biólogos querem saber por que incidência de caravelas cresceu (16/01/2007) Repórter Luciene- Jornal O Estado do Maranhão.

Bem, diante de tantas notícias, penso com meus botões. Será que as caravelas estão realmente invadindo nossas praias? Seria bem lógico e descompromissado dizer que sim, mas sendo um pouco sensato basta lembrar de um detalhe apenas... Esses animais são marinhos, então seria mais do que natural encontrá-los nas praias, principalmente por que são animais com distribuição tropical. Outra consideração reside na sua importância ecológica, pois nenhum ser vivo está na Terra à passeio e se estão até hoje é devido a sua gama de inovações biológicas codificadas e armazenadas na sua enciclopédia genética.








O que fazer em caso de "queimadura" causada pelas caravelas?


A caravela portuguesa (Physalia physalis) faz parte do ecossistema marinho e contribui para o seu equilíbrio. Caracteriza-se pela presença de células urticantes (que causam queimaduras) que pode ocasionar acidentes a banhistas quando em contato com seus tentáculos.

QUAIS OS CUIDADOS PARA O PRONTO ATENDIMENTO (PRIMEIROS SOCORROS)

•Manter a calma;
•Lavar a área afetada com água do mar gelada ou vinagre
(NUNCA APLICAR ÁGUA DOCE, CERVEJA, URINA OU SIMILARES);
• Aplicar uma bolsa de gel;
• Não esfregar o local atingido;
• Procurar um posto médico mais próximo.

COMO EVITAR?

Evitar entrar na água do mar em períodos de grande incidência
(julho a outubro);

Não tocar no animal, mesmo se ele estiver morto.




Metas e Objetivos do Projeto Physalia



Metas:


Compreender mecanismos biológicos e a influência da sazonalidade que resultam na sua ocorrência;

Diminuição do número de acidentes causados por caravelas nas praias de São Luís.


Objetivos:

Desenvolver uma campanha de educação ambiental e saúde pública visando à conscientização popular a respeito da ecologia, cuidados preventivos e de pronto-atendimento em casos de acidentes causados por caravelas;

Estabelecer estratégias de prevenção e cuidados a serem repassados à população ludovicense, bem como a turistas que freqüentam as praias da ilha de São Luís;

Confeccionar materiais didáticos e divulgação para auxiliar no projeto de educação ambiental.

Caravelas: a hostilidade da beleza marinha


Quando se aproximam os meses de agosto e setembro, os que mais ventam, as marés trazem para as praias belas criaturas de cores vibrantes, resumindo uma formosura da natureza: as caravelas.

A caravela atende pelo nome científico de Physalia physalis, correspondendo em uma espécie de distribuição global em águas marinhas tropicais e sub-tropicais. Representante de um grupo muito antigo, que provavelmente teria sido um dos primeiros seres vivos do planeta Terra, as caravelas possuem uma configuração muito singular. Na verdade uma única caravela que se vê é constituída por vários indivíduos, ou seja, trata-se de uma colônia. Nesta colônia existem indivíduos especializados responsáveis em cumprir diferentes funções, como: a reprodução, a digestão, captura de alimentos, defesa, flutuação entre outras.Quanto à sua classificação zoológica, as caravelas são classificas como Cnidários (do grego cnid = urtiga), que inclui outros representantes conhecidos como hidras, medusas, água viva, anêmonas do mar, gorgônias e corais.

Apesar de todos os atributos morfológicos e ecológicos apresentados pelos Cnidários, o que mais chama atenção é a sua forma de capturar e desabilitar suas presas ou inibir seus agressores com túbulos urticantes ou pegajosos disparados por células especiais denominadas cnidócitos. Agora imagine, se todas essas espécies possuem uma “ogiva urticante”, o seu sucesso como predador dos mares é convincentemente deduzido, mesmo que haja formas diferentes de vida; os pólipos que representam a fase séssil (prostrada) e as medusas que possuem flutuação e geralmente têm forma de sino.A ação de suas armas de captura e defesa é notoriamente fatal, inclusive para o homem como é o caso da vespa do mar encontrada no oceano Pacífico.

As caravelas também são temidas, pois seus encontros resultam em queimaduras biológicas bastante dolorosas, o veneno pode ter ação necrótica na pele. Em caso de contato com a caravela o ideal seria fazer compressa de água do mar gelada, o que seria pouco provável de encontrar. Mas, sugere-se que os primeiros cuidados devam proceder apenas aplicando compressas de bolsa de gel para o controle da dor e, vinagre para desnaturar (inibir) o veneno.

Um lembrete muito importante é que se evite utilizar água doce ou refrigerante gelados, pois esta ação desencadeia um processo de eliminação de mais veneno no corpo. Se as dores, falta de ar, coriza, tosse e outros sintomas persistirem podem representar um quadro mais grave necessitando urgentemente cuidados médicos.

Reconhecendo a importância ecológica das caravelas e os riscos de acidente em banhistas um estudo de monitoramento está sendo realizado desde de abril de 2005 nas praias do Calhau e São Marcos a fim de registrar o período de maior incidência destes organismos e os fatores ambientais correlacionados e preparar estratégias de prevenção e educação.