segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Resumo apresentado ao Congresso Brasileiro de Oceanografia, 2008


CONCEPÇÃO DOS ALUNOS DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO DE
ESCOLAS PÚBLICAS DE SÃO LUIS SOBRE AS CARAVELAS MARINHAS
Physalia physalis

AUTORES: Sousa, A. S.; Nunes, J. L. S.; Ferreira, D. M. R.; Araújo, L. N. C.; Costa, T. D.
RESUMO
Nas escolas da rede pública de ensino fundamental e médio, em São Luis (Brasil), realizou-se a
aplicação de questionários sobre as caravelas marinhas (Physalia physalis). O trabalho objetivou
determinar o nível de conhecimento a cerca da espécie supracitada. No caso de acidente, o questinoário identificou a aplicação de métodos ineficientes, bem como a necessidade de orientação junto aos banhistas.
Palavras chave: acidentes, cnidários, praias.
INTRODUÇÃO
Acidentes com Cnidários são muito comuns nas praias do litoral nordestino assim como o ludovicense (HADDAD JR., 2003; CBMAR, 2005, 2006; NEVES et al., 2007). Embora seja um grupo com arquitetura corporal pouco complexa, possuem estruturas especiais, cnidas, que liberam veneno para fins de captura e/ou defesa (YANAGIHARA et al., 2002; BRUSCA & BRUSCA, 2007). A composição base do veneno possui uma mistura de peptídeos, fosfolipases A e B, lipídios neutros e enzimas proteolíticas (SHERMAN apud NEVES et al., 2007), que geralmente em contato com humanos produzem lesões que variam desde vermelhidão, bolhas na
pele, efeitos tóxicos e alérgicos até morte (BULLARD & HAY, 2002; HADDAD JR., 2003). Por outro lado, a conduta de pronto atendimento é pouco conhecida pela população, que tenta amenizar as dores por vários métodos inusitados e ineficientes, consoante a esta problemática diagnosticada pelo Projeto Physalia, através de questionários em escolas públicas de São Luís, agiu-se de forma integrada com os Guardas Vidas do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão e do Corpo de Guardas Municipais de São Luís a fim multiplicar as melhores formas de cuidados
com banhistas vítimas do contato com as caravelas.

MATERIAIS E MÉTODOS
Questionários padronizados foram aplicados em escolas públicas de ensino fundamental e médio para abordagem quali-quantitativa, de forma que as mesmas perguntas pudessem refletir o conhecimento dos alunos quanto as características biológicas e ecológicas das caravelas, sendo
efetuadas na mesma ordem para todos os entrevistados. A análise computou a freqüência das respostas transformando-as em percentuais quais foram utilizadas para relatar o nível de conhecimento sobre as caravelas.

RESULTADOS E DISCUSSÕES
Foram entrevistados 123 alunos pertencentes à escolas do ensino público de São Luís, Maranhão, 60% dos alunos entrevistados pertenciam ao ensino fundamental e 40% ao ensino médio. Quanto ao nívelde conhecimento 87,8% já tinham ouvido falar em caravelas, um percentual razoavelmente alto que se justifica por São Luís ser uma ilha costeira e devido à grande incidência anual de caravelas nas épocas dos ventos alíseos (FERREIRA et al., 2006).
Condizente com a grande frequência de caravelas nas praias o risco de acidentes á alto e grande
parte dos entrevistados (65,8%) relataram este tipo de contato consigo mesmo e/ou alguém conhecido. Ainda sobre quais condições biológicas que podem favorecer a presença das caravelas Ferreira et al. (2007) têm confirmado a hipótese de evento reprodutivo com maior enfoque sendo relacionado com o recrutamento, já que as classes de comprimento têm correspondido em colônias pequenas, embora se encontre colônias grandes em pouca quantidade. Os alunos em sua grande maioria (84,5%) em caso de acidente recorreriam aos cuidados de pronto atendimento nos postos de Guarda-Vidas localizados nas praias, enquanto que a aplicação dos métodos populares e ineficazes como refrigerante e urina (HADDAD JR., 2000, 2003) apresentaram os respectivos percentuais, 3,2% e 10,5%. As perguntas focadas para
o conhecimento biológico reportaram que quase a metade dos alunos entrevistados (45,5%) desconhecem que as caravelas tratam-se animais e por outro lado, quando questionados sobre a
sua importância para o ecossistema marinho muitas respostas foram consideradas incoerentes (79,6%) pela deficiência na argumentação e outros 8,1% não responderam. Por último, o questionário abordava sobre a necessidade de orientações de banhistas quanto à presença de caravelas nas praias, onde as respostas atingiram percentuais ligeiramente máximos com 99,2% e a criação de projetos de extensão em escolas para uma melhor exploração e elucidação do tema foi compartilhado por 92,7%. Ao longo do ano de 2007 várias palestras foram proferidas em
escolas da rede pública do estado e do município de São Luís pelo Projeto Physalia, assim como
as escolas particulares e os próprios Guarda-Vidas do Corpo de Bombeiros Militares do Maranhão e Guarda Municipal de São Luís, além de esclarecimentos avulsos durante as atividades de monitoramento de caravelas nas principais praias urbanas de São Luís que chega ao seu triênio.

CONCLUSÕES
A aplicação de questionários aos estudantes revelou que a grande maioria dos entrevistados já ouviram falar em caravelas (87,8%) em virtude principalmente do risco de acidentes com esses animais, pois, 65,8% relataram o contato com os mesmos, embora 45,5% dos entrevistados não os classificariam como animais justificando nesse caso um trabalho de conscientização ambiental com enfoque na biologia desses cnidários.

REFERÊNCIAS
BRUSCA, R.C. & BRUSCA, G.J. 2007. Invertebrados. 2ªed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan.
968p.
BULLARD, S.G. & HAY, M.E. 2002. Palatability of marine macro-holoplankton: Nematocysts, nutritional quality, and chemistry as defenses against consumers. Limnol. Oceanogr., 47(5): 1456-1467.
FERREIRA, D.M.R.; RIBEIRO, F.I.M.S.B.; NUNES, J.L.S.; MELO, R.M. & MARTINS, S.A.S. 2007. Incidência de Physalia physalis (Linnaeus, 1758) nas praias urbanas de São Luís, MA-Brasil. Resumo: II Mostra Acadêmico-científica em Ciências Biológicas, UEMA, São Luís.
GBMAR (Grupamento de Bombeiro Marítimo), 2005. Estatísticas de ocorrências de 2005.
GBMAR (Grupamento de Bombeiro Marítimo), 2006. Estatísticas de ocorrências de 2006.
HADDAD JR., V. 2003. Animais aquáticos de importância médica no Brasil. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropica, 36(5):591-597.
Haddad JR., V. 2000. Atlas de animais aquáticos perigosos do Brasil: guia médico de identificação e tratamento. São Paulo, Editora Roca.
NEVES, R.F.; AMARAL, F.D. & STEINER, A.Q. 2007. Levantamento de registros dos acidentes
com cnidários em algumas praias do litoral de Pernambuco (Brasil). Ciência & Saúde Coletiva,
12 (1): 231-237.
YAHAGINARA, A.A.; KUROIWA, J.M.Y.; OLIVER; L.M. & KUNKEL, D.D. 2002. The ultrastructure of nematocysts from the fishing tentacle of the Hawaiian bluebottle, Physalia utriculus (Cnidaria,
Hydrozoa, Siphonophora). Hydrobiologia, 489: 139-150.

Um comentário:

sanbournabbot disse...

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