sábado, 1 de setembro de 2007

Projeto Physalia é destaque no Conselho Regional de Biologia da 3ª Região


Biólogos querem saber por que incidência de caravelas cresceu


Cinco biólogos maranhenses, que integram há dois anos o grupo Physalia, estão pesquisando os motivos do crescimento da incidência de caravelas nas praias de São Luís. Mais de 200 ocorrências de queimaduras, em decorrência do contato com estes animais marinhos, foram registradas este ano na capital maranhense.


O trabalho de pesquisa é inédito no estado e um dos poucos realizados no país. Para uma das biólogas envolvidas na atividade, Denise Ramalho, na hora da escolha do objeto de estudo, o grupo levou em consideração a falta de conhecimento sobre o tema. Foi levantada ainda a necessidade de orientar a população sobre os cuidados relativos à prevenção e ao tratamento, em caso de contato com os quinidários, cujo nome científico é Physalia physalis.


“A caravela, como é popularmente conhecida em função do seu formato, é uma colônia de indivíduos que trabalha em cooperação. Não pode ser confundida com a água-viva, que é outro tipo de quinidário”, esclareceu a bióloga. Na primeira fase do projeto, entre as hipóteses estudadas pelo grupo, chegou-se à conclusão de que as caravelas migram para a orla maranhense para garantir a reprodução da espécie, que ocorre entre os meses de agosto e outubro. Entre os motivos que explicam a preferência pelas águas da região estariam o clima e a velocidade dos ventos.


“Todos os levantamentos ainda não podem ser considerados totalmente conclusivos. O certo é que o nosso mar oferece as condições ideais para esses animais se reproduzirem. Para nossa surpresa, a fase de reprodução em 2006 se estendeu bastante. Queremos descobrir o que levou a isso. O problema é que o Maranhão não dispõe de recursos tecnológicos”, ressaltou Denise Ramalho.

Apoio:


Para continuar as pesquisas, o grupo Physalia está buscando o apoio do poder público. Os estudos até o momento concentram-se nas praias de São Marcos e Calhau, mas o objetivo é expandir o foco de atuação. Por conta da grande incidência na área, o Olho d’Água será um dos alvos. “Em uma única manhã nas praias que trabalhamos, encontramos mais de 400 ocorrências de caravelas. Algumas chegaram a medir 17 centímetros de comprimento”.


A parceria com outras instituições prevê o incremento das atividades de educação ambiental, que já foram iniciadas pelos biólogos. O grupo já percorreu algumas escolas da rede pública e particular aplicando questionários sobre as caravelas.


“É preciso que as pessoas tenham em mente que nós é que estamos invadindo o habitat desses animais marinhos e por isso é necessário tomar alguns cuidados para garantir uma convivência pacífica. Nesse tocante, fazemos um alerta, para que as pessoas não matem os animais”, disse a bióloga.


Por conta das cores, as caravelas chamam muita a atenção das crianças, principais vítimas das queimaduras. O veneno que provoca a irritação na pele é expelido pelos tentáculos. O grupo fez um apelo para que as pessoas evitem utilizar outros produtos, que não uma solução de água com vinagre. Para aliviar a dor, pode ser utilizada também uma bolsa de gel a uma temperatura fria.


“O vinagre é bom porque ele evita que a substância tóxica ex-pelida pelos tentáculos se prolifere e aumente a queimadura, que podem até matar. Esse veneno é uma proteção das caravelas e também é expelido para imobilizar os peixes e crustáceos, que os alimentam”, concluiu a pesquisadora.


Fonte: O Estado do Maranhão

Destaques » 22/01/2007

Para acompanhar: http://www.crbio3.org.br/noticias/index.php?id=1517&idcategoria=6

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